31 de outubro de 2006
30 de outubro de 2006
29 de outubro de 2006
Silence
Around me sits the night. Such a silence. I can hear myself.
Cup my ear. My heart beats in my ear. Such a silence.
Is it me? Am I silent or speaking? How can I know?
Can I know such things? No‑one has ever told me.
I need to be told things.
Harold Pinter, Silence
26 de outubro de 2006
Bolos e Manolos!
25 de outubro de 2006
24 de outubro de 2006
Haja Cultura!
20 de outubro de 2006
Ontem não te vi em Babilónia
Este é o texto de apresentação do novo romance de Lobo Antunes que a Fnac promete editar dia 24 e cujo lançamento está agendado para dia 26, às 18h30, no Teatro Maria Matos.
Ao ler a definição das noites de insónias e de silêncios povoados de histórias, lembrei-me imediatamente de O Marinheiro de Pessoa e já estou a antecipar o prazer de descobrir se estas intertextualidades têm razão de ser.
Sim, confesso, dia 24, às 10 h, vou comprar o livro, porque sou uma grande "groupie" do Lobo Antunes e porque ando desconfiada (já há muitos livros) que também ele sabe bem que o resto é silêncio.
18 de outubro de 2006
Pilates, Yoga, Tai Chi, Chi Kung e outras orientalidades
16 de outubro de 2006
DAYS
What are days for?
15 de outubro de 2006
Grandes Portugueses!
12 de outubro de 2006
Nobel Literatura 2006: Orhan Pamuk (Turquia; b: 07/06/1952)
9 de outubro de 2006
The Brooklyn Follies
Parece mentira?!
- E é! Puro engano!
Em The Brooklyn Follies, Auster vai um passo à frente do leitor, incorpora a sua geografia e biografia privadas com os males da América contemporânea – com o “embuste Bush” (é verdade, são sinónimos) da fabricada vitória florida e o 11 de Setembro.
Estes fragmentos de realidade conferem credibilidade à demanda de Nathan Glass, personagem recém-regressada à Brooklyn da infância, preparado para nada de especial, que contudo, por força das circunstâncias, se reinventa, num período da vida em que a reforma, o afastamento da família e uma doença quase terminal apontavam para o exílio solitário.
Como num jogo de escondidas, Nathan Glass chega e salva todos (as personagens deste livro e os perdidos dos anteriores, o que ficou na cave, os que deixaram tudo por uma obsessão, os que se perderam da vida, os que perderam uma hipótese de amar…). Salva todos, antes do seu momento de epifania privado, perdido numa cama de hospital, em que finalmente apreende que não há nada a salvar, pois inevitavelmente tudo acaba. Porém, The Brooklyn Follies não é só mais do mesmo, é outra coisa, é um Auster mais cinquentão, mais atento e participativo, mais pai e amigo, mais capaz de humor corrosivo, porém com uma lágrima ao canto do olho.
Nathan simboliza o último fôlego, a capacidade de regeneração, a procura pela felicidade através de expressões de altruísmo; O seu projecto de escrever um livro sobre as Follies (loucuras, folias e bizarrias) humanas, concretiza a essência das intertextualidades casuais que povoam a sua e as nossas vidas.
A acrescentar a isto há sexo homo, hetero e bissexual; Um sobrinho obeso perito em curiosidades literárias, que abandona um futuro académico brilhante; Uma sobrinha ex-artista porno transformada em mulher de um devoto fanático religioso ex-tóxico-dependente; Um dono de uma livraria com um passado obscuro; Uma sobrinha-neta, de nove anos, capaz de votos de silêncio; O "Hotel Existence" (espaço onírico e utópico) e muitas outras loucuras.
The Brooklyn Follies é um livro sobre a memória de histórias, curiosidades e adivinhas passadas numa cidade de vidro – como o apelido da personagem – frágil e perecível metaforica e literalmente, com a queda das torres (de vidro) gémeas.
A última frase do penúltimo capítulo afirma:
One should never underestimate the power of books (p.302)
Acredito que esta tenha sido a intenção do autor ao escrever este texto: mostrar como um simples evento – o atentado de 11 de Setembro – pode mudar a arquitectura de uma cidade e remodelar o desdém, transformando cidadãos indiferentes do mundo em pessoas mais receptivas à vida.
Em suma, penso que Auster sabe que “o resto é silêncio”, mas isso não o impede de acreditar que, enquanto por cá andamos, o melhor é ir gastando palavras e afectos.
Let the Children Fly!
5 de outubro de 2006
3 de outubro de 2006
Six Feet Under à Portuguesa
Na época onde se tenta instituir o conceito de hiper da morte, com os produtos das exéquias à venda, alinhados cromaticamente por prateleiras, e onde o acto de morrer está cada vez mais distante e mais acolchoado por opções de consumo, a agência em questão aposta no profissionalismo e, para além de preços que arrasam a concorrência dos "irmãos Fisher" nacionais, disponibilizam serviços que primam pela eficácia e discrição, a saber:
Catering gratuito de bebidas quentes e de sopa;
Caixas de lenços espalhadas estrategicamente;
Equipa jovem que substituiu o fato com gravata preta, por um uniforme estilo empregado de hotel, com casaco, em tons cinza e com botões de metal até ao colarinho.
A morte é um acto silencioso e a função das agências é serem discretas e eficientes. Esta empresa vai mais longe, trata a morte como um pacote de agência de (DERRADEIRA) viagem. Não sei que outros serviços oferecem, mas imagino que até possam fazer vídeos e fotos a pedido. Não sei se diminuem a dor, não sei se conseguem passar à frente nos horários de marcação dos enterros nos cemitérios; Em suma, não sei se esta forma de despedida, antes do silêncio final, me agrada... Porém, reconheço que até a morte precisa de planeamento e as funerárias, enquanto prestadoras de serviços, são empresas que organizam eventos indesejados e tristes, porém incontornáveis.
Na tradição cristã, a morte é uma celebração, uma passagem para a vida eterna, em que se “descansará em paz”, num sono eterno – o que explica que o poeta Eugénio de Andrade tenha deixado instruções para ser enterrado de pijama.
Não resisti a visitar o site e após consulta dos serviços oferecidos, com ofertas promocionais de coroas grátis, não tenho dúvida que os Fisher portugueses têm mesmo os dias contados e que muito provavelmente irão chamar a Servilusa para os enterrar!