29 de setembro de 2006

Tu Blogas, Ela(e) Bloga (...), Eu blogo?














Os blogues...
O meu, o teu, o nosso...
O político, o da literatura, o do teatro, o da música, o dos filmes, o da moda, o do degredo, o das viagens, o amálgamado, o de gaja, o do macho, o do amor, o do fel, o do humor, o do casal, o dos filhos, o das gravidezes, o da família, o da escola, o do casamento, o do divórcio, o dos avós, o dos pais, o dos tios, o dos manos, o da escola, o do sexo, o do convento, o das palavras, o do silêncio, o das fotos, o da vida, o das fobias, o dos fetiches, o do raio que o parta...
E você? A que grupo pertence?
Bloga só ou (mal) acompanhado?
Bloga muito, pouco, ou nem por isso...
Bloga por hobbie, para passar o tempo, ou por dever, na esperança de ser descoberto por um "caçador de bloguistas" e vir a ter o seu livrinho publicado, com as suas ideias brilhantes sobre política e o destino da humanidade?
Bloga em casa, nas horas livres, ou no trabalho, à conta do contribuinte? (De reparar que poucos postam aos fins de semana...)
Bloga a sério, ou faz de conta?
Bloga para ser lido, visto, ou ouvido?
Bloga AFINAL PARA QUÊ?

Eu blogo sozinha, amalgamada, amiúde, em casa, porque me apetece e porque me agrada imaginar a promiscuidade blogoesférica que para aí vai com gente a comentar quem nunca viu mais magro!

Eu blogo!
Tu blogas?

28 de setembro de 2006

HARPOKRATES


HARPOKRATES - o Deus do silêncio.

A "importação" grega do deus egípcio
Harpa-Khruti, na foto, (a criança Horus)
que era representada por um rapaz com o
dedo levantado na boca, um gesto que
em egípcio, simbolizava a infância
(a criança com o dedo na boca) e que
os Gregos interpretaram, erroneamente,
como um convite ao silêncio.

27 de setembro de 2006

Sacos de Supermercado, Cães e Sapatos

Steven Levitt "revolucionou" as estruturas do pensamento económico moderno, ao utilizar os recursos da matemática às situações inusitadas do dia-a-dia. Em Freakanomics podemos encontrar resposta a muitas perguntas que nunca ninguém fez (nem ninguém se lembraria de fazer) como:
O que é que têm em comum os agentes imobiliários e o Ku Klux Klan?
De que forma o nosso nome tem um impacto directo no sucesso que alcançamos?
Por que motivo muitos traficantes de droga vivem com as mães?
Na sequência destes raciocínios, a despropósito, gostaria de propor uma reflexão acerca do desaparecimento dos sacos gratuitos no Pingo Doce e os dejectos canídeos nas ruas, considerando os seguintes aspectos:
O Pingo Doce tem uma política de implantação de bairro, especialmente nos bairros tradicionais, mas também nos subúrbios, hegemonia que disputa com o Mini Preço.
Os cães, nos ditos bairros, abundam e os sacos que a câmara oferece para apanhar dejectos são, manifestamente, insuficientes pois, à semelhança do que acontece com os sacos de supermercado, ou com as luvas descartáveis das bombas de gasolina, vale mais prevenir e tirar umas centenas, não vá o cão ter diarreia, ou a gasolina transbordar selvaticamente do depósito do carro, sem pré-aviso.
A dúvida que me tira o sono consiste em verificar, de forma matemática, se agora que os sacos no Pingo Doce custam 2 cêntimos, o número de sapatos para o lixo, ou para limpar até vomitar, vai aumentar!

24 de setembro de 2006

Nothing Comes Out of Nothing!

Nada de novo para postar e ainda assim, posto ainda, pelo prazer de postar, sem ter nada a declarar! Se calhar, O Rei Lear de Shakespeare enganou-se quando disse que nada resulta de nada...

20 de setembro de 2006

Outubro!












Podia ser o nome de um albúm dos U2, podia ser um poema, mas não, Outubro, marca o início da caça às espécies sedentárias:
Perdiz-vermelha; Faisão; Coelho-bravo; Lebre; Raposa; Saca-rabos; Javali; Veado; Gamo; Corço; Muflão.

19 de setembro de 2006

A Má Educação

Gostava de estar a falar do filme do Almodóvar, mas não, é apenas um desabafo ao começo do ano académico.

O país divide a sua atenção mediática, como se fosse um Borda d'Água, cíclico e temático:
Janeiro: É o mês da ressaca em que se fala do frio e das festas e de como a Primavera nunca mais chega e se gastou todo o nosso dinheiro e o dos Visa/ Unibanco / Mastercard / American “Berardo” Express/ Cofidis/ GE Money /Cetelem com o Natal e os Reis (viva a tradição espanhola).
Fevereiro: O Carnaval, o país irmão, um golpe de estado ali, uma guerra acolá, umas leis aprovadas na assembleia, uns relatórios do Banco Mundial que prometem definitivamente a retoma económica (fruto, em parte, das receitas ao consumo criadas pela época de saldos) mas nem precisavam de o fazer, pois está tudo a comprar peluches e corações para o Dia de São Valentim.

Março: O mês da Primavera e do resto do país começar a pensar nas pontes que vai fazer, agora que o tempo está melhor. E de comprar mais peluches e postais para o dia do Pai.

Abril: A Páscoa, que às vezes é em Março, e os ovinhos e as amêndoas e os folares e os presentinhos… Mais uma guerra, umas quantas chuvas inesperadas, quem sabe até um atentado, ou um novo ditador a florescer com a ajuda do amigo americano.

Maio: O mês das noivas, das flores e dessa Instituição que é o DIA DO TRABALHADOR (que devia ser rebaptizado como o dia anti-consumo, por tantas lojas fecharem: uma pessoa precisa de papel higiénico e tem de ir a uma bomba de gasolina com mini mercado) E o dia da mãe e os seus peluches e corações fofinhos...

Junho: O dia de Camões, de Portugal, das Festas Populares da reconciliação da sardinha com a cidade! Toca a comprar peluches para o dia da criança.
Julho: O mês da pausa antes do estio. Há coisas que já não se podem encomendar, por as férias estarem quase aí…Com sorte, se o calor aperta, um incêndio ou outro…

Agosto: Mês Oficial da Silly Season (Vide este e outros Blogues sobre o assunto)
Setembro: Regresso às aulas e o aniversário do 11 de Setembro. Se alguma vez o primeiro dia do ano escolar calhar a 11, os meios de comunicação vão ficar loucos, sem saber a que notícia dar mais importância. Isto se o Benfica não contratar um novo ponta de lança, ou se, entretanto, não se descobrir que o Valentim Loureiro chamou "querido" ao Pinto da Costa e afinal é gay.

Queria falar do começo do ano académico, mas já não consigo, apenas retenho a imagem de um debate televisivo, ontem à noite, na RTP 1, com uma jornalista mal educada, cheia de vontade de mostrar que fez o TPC, uns sindicatos perplexos, sem saber como objectar e uma ministra bem vestida, de encarnado escuro, com uma bela maquilhagem a condizer!

Os meses de Novembro e Dezembro ficam para outras especulações…

15 de setembro de 2006

Começar a Acabar (Grande Lagarto!)














Começar a Acabar
15 de Set a 01 de Out 2006

Estreia hoje, na Sala Estúdio do Teatro D. Maria II. É um monólogo para todos os que acham que Beckett é uma seca, para todos o que acham que o João Lagarto é só "aquele que faz novelas" e para a grande minoria que sabe que Beckett tem muito humor e que o João Lagarto é, antes e acima de tudo, um soberbo actor (e agora também director e tradutor). Tive a sorte de assistir a um ensaio e de estar ontem a assistir ao produto final.

"Um monólogo que tem como ponto de partida uma dramaturgia elaborada pelo próprio Beckett, em 1970, a partir de três novelas que constituem o núcleo central da sua ficção Molloy, Malone está a morrer e O Inominável. No centenário de Beckett, Começar a Acabar é a revelação de uma obra essencial deste autor, surpreendentemente desconhecida, devido à recusa de autorização para a sua representação por parte dos detentores dos direitos."

Este é o texto que acompanha o programa. Falta acrescentar que o monólogo dura 1h 25 minutos, sem intervalo, que conta com duas músicas originais do Jorge Palma e que, ao fim dos primeiros trinta segundos, há risos garantidos, pois isso foi o que Beckett sempre fez melhor, apesar de todo o fel e aparente desdém pelas palavras e pela vida. Se quiserem tirar dúvidas sobre quem foi o grande mestre dos Monty Python e até dos nacionais Gato Fedorento, nada como irem ao Rossio descobrir.

Começar a Acabar (Produção do teatro do Bolhão, com figurinos de Ana Teresa Castelo)
Bilhetes a 7 e 10 Euros e às 5as com 50% de desconto

14 de setembro de 2006

Homenagem às pastilhas Pirata, Gorila e Bang Bang!




Air - Playground Love (theme from The Virgin Suicides)

13 de setembro de 2006

Here Comes the Sun
















A menos de 4 horas de distância de avião, foi o que encontrei.

E se querem comentar dizendo que já tinham saudades da chuva, do cheirinho da terra molhada, o melhor é verem o post anterior...

12 de setembro de 2006

Zen Garden II (Kyoto)














Se a palavra que vais dizer não é mais bela do que o silêncio, não a digas
Parábola Sufi

10 de setembro de 2006

Cola ZERO

Ainda não chegou cá, mas em Espanha já é possível comprar a cola Zero (açucar).
Sim, porque a light tem 1 caloria e esta é completamente segura para anorécticos - É adoçada com aspartame e acesulfame de potássio e só tem 0,5 calorias!!!
Já experimentei e prefiro a Light. Sim, eu sei, é uma loucura ingerir assim 1 caloria de cada vez, mas depois não se almoça e já está!

8 de setembro de 2006

Suave e Tranquilo

Quando observo esta geração adolescente fico surpreendida, pois parecem mais atinados e "resolvidos"que a geração de 60/70. Se calhar é porque alguns de 60/70 são agora (bons) pais desses adolescentes, não sei... Pouco importa.
Interessa-me referir questões de vocabulário: OK têm o daaahhh e a Tecla 3, mantêm o bué e o fixe, mas inventaram o "novo Esperanto" para os sms e têm dois adjectivos que usam abundantemente que me fascinam: "Tranquilo" e "Suave"
A vida devia ser tranquila e suave e pensar que os adolescentes incluem estes dois termos, no seu discurso, dá-me alento! A minha geração só falava em Suave referindo-se ao Português e quanto ao tranquilo não tenho qualquer memória auditiva.

And Now for Something Completely Different... (Wishlist: Item 1)




















An Inner Silence: The Portraits of Henri Cartier-Bresson

6 de setembro de 2006

Memórias de St Amaro















(Já só havia uma foto no rolo da minha máquina pré-histórica, por isso só ficou a mota do Mitra, com o Mak à pendura. Fica para a próxima a foto de grupo.)

BINGO!

Interrompo este silêncio com uma notícia de interesse nacional:
E não é que as finanças cruzam os dados com os blogs? Isto é que é bom trabalho!
Nada como uma boa ameaça, para acordar e ter os euros na conta.
Ah pois é! Caros Kinder, Kat, Mak, SE Faz Favor, Reinu, Coentron, e até o Mitra (se vier de mota) venham daí, que já tenho dinheiro para 4 garrafas de litro de sagres e 1720g de tremoços! Hoje quem "convida" para o lanche sou eu!

5 de setembro de 2006

I want my money!

[Family Guy]

4 de setembro de 2006

O Silêncio das Finanças

Incomoda-me o silêncio que se traduz na ausência do reembolso do IRS. Pelo que compreendi, têm até 4a feira para quebrarem o vazio do meu saldo bancário, por isso espero, mas é um silêncio que me perturba e me empobrece. Será que as finanças cruzam os nossos dados com os blogs?

3 de setembro de 2006

Back to Silence after the Siesta!




E pronto!
Assim se acaba mais uma quinzena estival. Volto ao silêncio depois do ruído espanhol que me retempera a mente e me grita que um dia ainda vamos todos ser felizes.
A Andaluzia tem em mim o efeito de uma estada num mosteiro no Tibete!
Parece estranho mas eu explico: Para pessoas intransigentes, organizadas e excessivamente pragmáticas nada melhor que duas semanas alucinantes, a consumir doses massivas de betacaroteno (no gaspacho) e a tentar manter a calma enquanto todos à nossa volta chegam à praia às 12 horas, com os recém-nascidos ao colo, confiantes que o factor 99 de protecção irá evitar os lunares malignos!
Fingir que não vejo que ninguém recicla, que se entopem as crianças, adolescentes e adultos de fritos e guloseimas, a partir das 11 da manhã, e que à noite basta um bocadillo para enganar a fome!
Fingir que não sinto o perfume excessivo que me ataca as fossas supra-nasais - na proporção dos frascos de 3 litros do mesmo que se vende nos supermercados, onde o IVA é substancialmente menor que o nosso!
Volto com muito mais condescendência pelo senhor de bigode e óculos ray ban lágrima (antes de serem fashion) que abre a janela do seu Mégane e oferece o escarro ao asfalto, pelas crianças que comem chupas desvairadamente, sob o olhar babado dos progenitores, e pelos pais de família que dizem ao empregado - "Oh chefe é a bica e a dolorosa, que o jogo está quase a começar!" - mientras extraem, pelo poder do palito, os restos de coirato com cadelinhas que ficaram atravancados na prótese.
É por isto tudo (e pelos toiros e pelo flamenco e pelas procissões) que a Andaluzia me encanta na silly season e na Semana Santa e é para fugir ao silêncio e à ordem que duas vezes no ano volto para a reciclagem no caos, para me lembrar que ser cosmopolita, falar baixo, ouvir os outros e separar o lixo é bom, mas que também se aprende com la fiesta y la siesta!