27 de julho de 2008

As Festas!

Na 5a feira fui ver A Festa ao Maria Matos. Um tema interessante, numa peça simpática, com bons actores. Claro que as festas e a amizade, não têm de ser necessariamente assim, intensas e sofridas, mas por vezes a vida imita a ficção, outras não!
Na 6a, para complementar o tema da peça, fui a uma festa com algumas estrelas menos conhecidas do rock and roll nacional. Uma noite longa que começou com chuviscos num terraço e acabou com o dia a nascer. Em época balnear também é refrescante conhecer pessoas que vivem de noite, que não gostam assim tanto do sol, mas que fazem justiça ao ditado "Don't judge a book by its cover!"

17 de julho de 2008

As Bibliotecas Municipais

Tenho uma intolerência crónica por instituições, entidades, etc, que prestam um mau serviço ao contribuinte. É frequente enfurecer-me e reclamar. Tenho a certeza que algumas lojas pediram as gravações da vigilância só para poderem imprimir a minha cara e enviá-la com um beware para as suas filiais... Este prefácio para dizer que sou esquisita e deixo isso bem claro, desde o primeiro momento.
Agora imaginem que, no meu país, no concelho onde vivo há 3 bibliotecas públicas que prestam um serviço aos meus olhos (críticos e picuínhas) absolutamente imaculado. Entro, não tenho de deixar mochilas, ou sacos, posso levar o portátil e tenho ligação à internet (ou então posso usar os computadores da Biblioteca) posso levar livros e cadernos de casa só para estudar e, no final, ainda posso requisitar 5 livros para ler, DVDs para ver e Cds para ouvir... uma maravilha...
Desconfiada, ao fim de um par de vezes com tudo a funcionar a 100%, passo ao nível seguinte e dirijo-me ao catálogo online para reservar um livro não disponível, com o meu nº BI e cartão de leitor. Achei que seria difícil... Isto na passada 6a feira à tarde...
Há pouco, recebo um telefonema amável e educado que me informa que o livro que tinha reservado já se encontra à minha espera. Fico muda, mas ainda consigo articular um obrigada comovido.
Será que há coisas que ainda funcionam? E que é possível o entendimento entre o homem, o computador e os telefones? Actualmente, quando quero um livro de ficção portuguesa, já não vou à Fnac, vou à Biblioteca que é perto de casa e longe de centros comerciais, é grátis e, no final da leitura, não ocupa espaço e pó (Sim, pois ao contrário do aforisma, o saber ocupa lugar, nas estantes da casa).

11 de julho de 2008

Bloody Mary!

Na 3a feira à noite voei para Londres; Na 4a de madrugada para Aberdeen; Na 5a de noite voei de volta para Londres; Na sexta de madrugada regressei a Lisboa. Tudo somado, foram duas noites no aeroporto e outra no albergue da juventude de Aberdeen e... (inacreditavelmente) sobrevivi: às noites no aeroporto, à chuva torrencial, com ventos fortes e frio de Aberdeen e a um congresso insípido onde a minha apresentação sobre Lobo Antunes foi colocada num painel com autores de traumas do holocausto. Perguntam: O que têm a Guerra Colonial e Lobo Antunes em comum com as vítimas do holocausto nazi? Vou tentar uma resposta: São todos seres humanos..? (menos o Hitler claro, que este blog não se mete em confusões)
O que perdi em horas de sono e viagens, ganhei em leituras:
Nenhum Olhar de José Luís Peixoto acompanhou-me bem na 1a noite em claro. (Aposto que nunca um livro da biblioteca municipal viajou tanto) Fiquei com vontade de ler todos os seus livros, sobretudo Cal (o último), Cemitério de Pianos e Morreste-me
Na noite de ontem, passada outra vez em claro, no aeroporto fantasma de Luton ainda me ri com o Stephen Clarke e mais um livro da série Merde, desta vez, Merde Happens, sobre a road trip nos EUA do protagonista Paul West, num Mini com a Union Jack pintada no tejadilho.
Para terminar, decidi começar o recém-comprado Bit of a Blur, the autobiography, de Alex James, o baixista dos Blur, um livro que me está a agradar imenso (se calhar porque tenho um fraco por baixistas).
Fiquei com pena de não ter comprado e lido os dois livros do Ewan McGregor (o único escocês, juntamente com o Irvine Welsh que me faz conceder ao país o benefício da dúvida e me deixa a pensar no mito do kilt) e do Charley Boorman, A Long Way Round e A Long Way Down, especialmente este último, que fala da viagem de mota desde a Escócia até à Africa do Sul. Ainda li os primeiros capítulos, que me aconchegaram os olhos num"Costa" dentro de uma Waterstone, mas ficaram na sua terra, pois quem viaja sem mala de porão tem de ser comedido.
Ah é verdade, Aberdeen é uma cidade bela, como toda a Escócia, muito verde, cheia de ovelhinhas daquelas repletas de pelinho, tem bom whiskey de malte e é inacreditavelmente BORING. Estar ali, junto ao mar do Norte, a pouca distância da Noruega, de gabardine, panamá impermeável, perdida numa terra cheia de histórias de escoceses fustigados e reprimidos pelo jugo inglês a cada esquina, em cada monumento e apeadeiro é extenuante, por isso venha daí mais um Bloody Mary e faço um longo CHEERS para comemorar o regresso ao sul!
PS: Ainda impreganada de fúria devoradora de letras, fui à Biblioteca devolver o José Luís Peixoto e trouxe o Pedro Paixão, o Jacinto Lucas Pires e o Gonçalo M Tavares para me aportuguesar ainda mais!