29 de junho de 2006

Mia Couto e o futebol (qualquer semelhança com Cristiano Ronaldo, é pura coincidência)




(...) O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um futebolista. As minhas mágoas que são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me atender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eu já tinha marcado contra o destino? (...)

Mia Couto, in O Fio das Missangas (Dezembro de 2004)

28 de junho de 2006

Kasimir Malevich (1878-1935)



RUSSIAN SUPREMATISM:

They are difficult artists. Kasimir Malevich, who founded what he called Suprematism, believed in an extreme of reduction: ``The object in itself is meaningless... the ideas of the conscious mind are worthless''. What he wanted was a non-objective representation, ``the supremacy of pure feeling.'' This can sound convincing until one asks what it actually means. Malevich, however, had no doubts as to what he meant, producing objects of iconic power such as his series of White on White paintings or Dynamic Suprematism (1916; 102 x 67 cm (40 x 26 1/2 in)), in which the geometric patterns are totally abstract.

More in http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/malevich/sup/

27 de junho de 2006

Vergílio Ferreira (b: 28/01/1916; d: 01/03/1996)


(...)
- se eu soubesse a palavra,
a única, a última,
e pudesse depois ficar em silêncio para sempre...

In: Uma Esplanada sobre o Mar

26 de junho de 2006

Spiral of Silence



"Neumann (1974) introduced the “spiral of silence” as an attempt to explain in part how public opinion is formed. She wondered why the Germans supported wrong political positions that led to national defeat, humiliation and ruin in the 1930s-1940s.
The phrase "spiral of silence" actually refers to how people tend to remain silent when they feel that their views are in the minority. The model is based on three premises:
1) people have a "quasi-statistical organ," a sixth-sense if you will, which allows them to know the prevailing public opinion, even without access to polls,
2) people have a fear of isolation and know what behaviors will increase their likelihood of being socially isolated, and
3) people are reticent to express their minority views, primarily out of fear of being isolated.

The closer a person believes the opinion held is similar to the prevailing public opinion, the more they are willing to openly disclose that opinion in public. Then, if public sentiment changes, the person will recognize that the opinion is less in favor and will be less willing to express that opinion publicly. As the perceived distance between public opinion and a person's personal opinion grows, the more unlikely the person is to express their opinion."

© Universiteit Twente

More at http://www.tcw.utwente.nl/theorieenoverzicht/Levels%20of%20theories/macro/spiral_of_silence.doc/

25 de junho de 2006

Manoel Oliveira (b: 12/12/1908)




Descobri a palavra, quando segui um caminho cinematográfico que se afastava dela. Parece-me estar a descobrir agora um cinema mais longe da palavra. Talvez porque me saturei um pouco da palavra...

(entrevista com João Bénard da Costa, 1989)


A matéria não tem importância. O espírito é que tem. A arte é uma coisa mundana; aí não existe santidade. Trata-se de vaidade. A vaidade que acompanha sempre o homem. Por vezes estimula-o. A vaidade do bem é uma qualidade porque nos estimula para as coisas boas. A vaidade, o orgulho, tudo isso, é a mais terrível das coisas... Temos a sensação de que as coisas (os objectos de arte) vão ficar para sempre. Mas, os filmes estragam-se. Tudo se estraga. Esta ideia é terrível. Tudo acaba por acabar. Até o mundo.

in Conversations avec Manoel de Oliveira, Antoine Baecque e Jacques Parsi, ed. Cahiers du cinéma.

Mais informações sobre Manoel de Oliveira e sua obra em http://www.madragoafilmes.pt/manoeloliveira/#

24 de junho de 2006

Radiohead



"No Surprises" in OK COMPUTER


A heart that´s full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won´t heal
You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don´t, they don´t speak for us
I´ll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
Silent, silent
This is my final fit, my final bellyache with
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises please
Such a pretty house, such a pretty garden
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises please (let me out of here)

23 de junho de 2006

Guillaume Apollinaire (b: 26/08/1880; d: 09/11/1918)


Le Pont Mirabeau


Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Et nos amours
Faut-il qu'il m'en souvienne
La joie venait toujours après la peine.
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l'onde si lasse
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
L'amour s'en va comme cette eau courante
L'amour s'en va
Comme la vie est lente
Et comme l'Espérance est violente
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine

22 de junho de 2006

AL BERTO (b.11/01/1948; d. 13/06/1997)

Doze moradas de silêncio

hoje é dia de coisas simples
(Ai de mim! Que desgraça!
O creme de terra não voltará a aparecer!)
coisas simples como ir contigo ao restaurante
ler o horóscopo e os pequenos escândalos
folhear revistas pornográficas e
demorarmo-nos dentro da banheira
na ladeia pouco há a fazer
falaremos do tempo com os olhos presos dentro das
chávenas
inventaremos palavras cruzadas na areia... jogos
e murmúrios de dedos por baixo da mesa
beberemos café
sorriremos à pessoas e às coisas
caminharemos lado a lado os ombros tocando-se
(se estivesses aqui!)
em silêncio olharíamos a foz do rio
é o brincar agitado do sol nas mãos das crianças
descalças
hoje

21 de junho de 2006

HAMLET FOREVER!


Laurence Olivier (1948)



Ethan Hawke (2000)




20 de junho de 2006

Revue Silence

19 de junho de 2006

Happy Birthday!



A poet's work is to name the unnameable, to point at frauds, to take sides, start arguments, shape the world, and stop it going to sleep.
Salman Rushdie (b. 19/06/1947)

18 de junho de 2006

Jean-Paul Sartre (b. 21/06/1905; d. 15/04/1980)

Se taire ce n'est pas être muet, c'est refuser de parler, donc parler encore.

16 de junho de 2006

Eugénio de Andrade (b.19/01/1923; d. 13/06/2005)

O SILÊNCIO:

Quando a ternura

parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,

inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

(OBSCURO DOMÍNIO)

15 de junho de 2006

Depeche Mode: Enjoy the Silence

Sofia Coppola: THE VIRGINS SUICIDES

14 de junho de 2006

Antoni Tàpies (b.10/04/1923)












La Scene (Original colour lithograph, 1976)

13 de junho de 2006

Wislawa Szymborska b.02/07/1923 (N Prize in Literature1996)

Three Oddest Words

When I pronounce the word Future,
the first syllable already belongs to the past.

When I pronounce the word Silence,
I destroy it.

When I pronounce the word Nothing,
I make something no nonbeing can hold

12 de junho de 2006

The Unnamable

Where I am, I don't know, I'll never know, in the silence you don't know, you must go on, I can't go on, I'll go on.

Samuel Beckett, The Unnamable

11 de junho de 2006

Silence Two (John Cage)

10 de junho de 2006

Silence (John Cage)