25 de junho de 2006

Manoel Oliveira (b: 12/12/1908)




Descobri a palavra, quando segui um caminho cinematográfico que se afastava dela. Parece-me estar a descobrir agora um cinema mais longe da palavra. Talvez porque me saturei um pouco da palavra...

(entrevista com João Bénard da Costa, 1989)


A matéria não tem importância. O espírito é que tem. A arte é uma coisa mundana; aí não existe santidade. Trata-se de vaidade. A vaidade que acompanha sempre o homem. Por vezes estimula-o. A vaidade do bem é uma qualidade porque nos estimula para as coisas boas. A vaidade, o orgulho, tudo isso, é a mais terrível das coisas... Temos a sensação de que as coisas (os objectos de arte) vão ficar para sempre. Mas, os filmes estragam-se. Tudo se estraga. Esta ideia é terrível. Tudo acaba por acabar. Até o mundo.

in Conversations avec Manoel de Oliveira, Antoine Baecque e Jacques Parsi, ed. Cahiers du cinéma.

Mais informações sobre Manoel de Oliveira e sua obra em http://www.madragoafilmes.pt/manoeloliveira/#

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