16 de junho de 2006

Eugénio de Andrade (b.19/01/1923; d. 13/06/2005)

O SILÊNCIO:

Quando a ternura

parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,

inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

(OBSCURO DOMÍNIO)

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