Eugénio de Andrade (b.19/01/1923; d. 13/06/2005)
O SILÊNCIO:
Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
(OBSCURO DOMÍNIO)
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