17 de novembro de 2008

Platão, Obama e o Poeta

Na República de Platão explicam-se os motivos que levaram o poeta a ser expulso da cidade: na sua singularidade, o poeta imitador era nefasto para o avanço político, tornara-se um empecilho ao pragmatismo e às condicionantes do estado. Lembro-me disto a propósito de Barak Obama que tem poemas publicados e que ontem, na sua primeira entrevista televisiva após ter sido eleito, reitera a sua vontade de fechar Guantanamo e retirar as tropas do Iraque. Será que este poeta político contemporâneo se vai safar? Ainda a propósito de Obama leio um texto de Mia Couto, que finda a emoção emergente do post-vitória, equaciona a dimensão que teria a eleição de um presidente branco, num país africano de maioria negra. Dá que pensar...
Será que a mudança para os Estados Unidos vem aí? Que afinal é possível governar com razão e emoção? Será que é possível ser-se presidente com alma de poeta?
Por cá precisamos de uma oposição, não importa a raça, o género, a orientação sexual, política e religiosa... estamos mesmo dispostos a tudo, desde que saibam fazer oposição!

2 comentários:

Anónimo disse...

Parece-me que ter o Manuel Alegre como Presidente é foleiro...não sei...não é a mesma coisa...

Carla Ferreira de Castro disse...

Isso lembra-me uma discussão acesa que tive com alguém que conheces SFF, acerca do triunfo da razão (Cavaco) face ao discurso da emoção (do Manuel Alegre) nas últimas presidenciais... De facto, os portugueses baniram o poeta da República, em compensação continuam a tolerar bem os ex-dirigentes desportivos, e comentadores como o Santana Lopes... Quando me referia a não sermos esquisitos, estava a pensar num passo de gigante, uma primeira-ministra gay, negra e jeová, por exemplo...