29 de outubro de 2008
Gosto de Shakespeare e da cosmovisão do mundo que o transforma num autor transversal que reflecte verdades universais. Sei muitos versos de memória, pelo prazer com que associo a episódios do quotidiano. Há um verso do Rei Lear que me ocorre muitas vezes a propósito dos 'nadas' da vida. Trata-se a resposta que ele dá à filha Cordelia: Nada? De nada vem nada! (Tradução do original: Nothing? Nothing comes out of nothing!). Esta visão matematicamente é o 0+0=0.
Até ontem, acreditava que de nada vem mesmo nada, pois até a história da sopa da pedra começa com alguma coisa - a pedra!
Há quase dois meses comprei uma barraca velha que precisa de muitas obras para se tornar habitável. É um Work In Progress que ocupará a vida familiar durante uns dois anos (estimativa pessimista que eu não trabalho para as obras públicas). Na sequência da apresentação de projectos à Câmara fui confrontada com a evidência da casa não possuir uma coisa chamada "telas finais", por o casebre ser anterior a 1951. O meu espanto começou quando me disseram que tinha de pedir uma certidão à Câmara em conforme nada havia. E assim, paguei 14 euros para pedir a localização exacta da casa numa divisão da câmara, preenchi um papel noutra divisão que acompanhou o papel da localização, esperei uma semana e lá fui, ontem, a Setúbal, pagar 8 Euros para receber uma certidão que diz que não há nada!
Por isso Dear Will, pela primeira vez, as tuas palavras não se aplicaram: Ontem de nada saiu uma Certidão! E a quantidade de papéis preenchidos, gásoleo, dinheiro e tempo gasto para certificar o nada deixaram-me espantada e aturdida. Afinal esta é a magnífica era da desburocratização, onde simplex e nadex deviam ser sinónimos de sem papelex ...
Temo que outros aforismas venham a ser destronados pois a obra de remodelação ainda nem começou!
27 de outubro de 2008
Experiências
Um blog novo, com propostas apetitosas.
assim falou Carla Ferreira de Castro às 11:23 2 gritos
marcadores Dependências
20 de outubro de 2008
Give me 5!
Adorei este site que de forma pragmática sintetiza o que há muito sei sobre este assunto perfeitamente fútil e distante das grandes questões da actualidade política e económica.
assim falou Carla Ferreira de Castro às 15:25 3 gritos
marcadores Dependências
12 de outubro de 2008
Sentido de Orientação
É uma verdade aparentemente indiscutível que os homens têm um melhor sentido de orientação do que as mulheres uns porque, recusando-se a pedir indicações, se rodeiam de gadgets capazes de suprirem as suas limitações, outros por pura predesposição genética. Sim, é verdade, as mulheres em sentido lato e esteriotipado não são capazes de ler um mapa, nem seguir uma indicação do via Michelin. No entanto, é tudo uma questão de estímulo, caso contrário como se explica que uma senhora de 60 anos consiga passar dos têxteis, à loja gourmet, parando no piso da roupa infantil para ver a colecção Burberry para o neto , sem hesitar para considerar o andar, ou a secção pretendida, em pleno Corte Inglês? Como se explica que, diante da planta circular do Colombo, altamente complexa, a mesma senhora, ou uma amiga mais velha ou mais nova, consiga saber a saída onde deixou o carro (embora possa já não se lembrar do número da fila) enquanto o elemento masculino que a acompanha se sinta perdido, sem o seu GPS, desesperado à procura de uma planta que o ajude a descobrir a localização exacta do AKI ou da Fnac mais próxima?
A verdade é que as mulheres vêm equipadas de série com um GPS de lojas, por isso não têm tempo para prestar atenção a letras e números em mapas complexos. Para quê decorar que a loja X é no piso tal, sector Y, se apenas se tem de fixar que fica perto da escada rolante, que dá para a loja Z, e fica entre a loja H e J? Claro que este equipamento altamente especializado falha quando a loja não está presente por isso é que parques de estacionamento, auto-estradas e o metro são sítios comuns para se encontrar mulheres perdidas...
Para os Parques de estacionamento tenho uma solução simples, em vez de bichos e letras, o melhor mesmo e colocar marcas. Por exemplo:
Senhora A: Deixei o carro na zona Vuitton, secção malas e tu?
Senhora B: O meu está na Versace secção vestidos.
7 de outubro de 2008
Metáforas
Este blogue encontra-se solidário com a banca e só volta a postar quando lhe injectarem capital de energia. Até lá aproveitem a crise nos mercados e alistem-se numa seita terrorista porque para esses está perto o apocalipse do capitalismo!
1 de outubro de 2008
Já cá faltava
Hoje, dia 1 de Outubro, num passeio pelas lojas de bairro, percebi que estavam todos só à espera do mês 10 para começarem a operação Natal! Vi coroas, vi anjos, vi Pais-Natal, vi luzes e outros artefactos que me deixam sempre intrigada e a pensar: "Mas as pessoas não guardam as coisas?"
Outra marca do 1º dia de Outubro é o comentário recorrente: "Isto parece Verão! Nunca mais chega o Outono com as roupas quentes... A roupa de Inverno é tão mais bonita..." O que é engraçado e incongruente é este comentário ser proferido por aqueles que depois sonham (e alguns concretizam) passar o Dezembro nas Caraíbas, ou no Brasil, entre escaldões e Piñas Coladas, esquecendo sumariamente o White Xmas, que assim é promovido a Warm Xmas. Como é que não se aguenta o calor aqui no nosso Portugal temperado e depois se gosta do calor estrangeiro é algo que me intriga (Deve ser por ter sotaque...)
Por isto tudo, este ano não vou pedir um Mini pois já ganhei muita coisa, só te peço Pai Natal que me dês, por favor, um Natal a escaldar no meu país à beira mar, que as promessas do aquecimento global ainda estão por realizar! (olha, rimei!)
assim falou Carla Ferreira de Castro às 23:46 1 gritos
marcadores Cuguismos, Natalidades
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