...para sermos como o resto da Europa. Sim, é verdade, já há uma Disney Store em Portugal (nesse monumento ao bom gosto que é a catedral do consumo lisboeta: O Colombo!)
Acabou-se o deslumbramento das idas à Disneyland Paris, das visitas a Oxford St ou a Convent Garden, ou até mesmo das incursões mais marginais a um centro comercial nos subúrbios de Madrid. Agora já temos o Pateta, o Donald e o próprio Mickey junto a nós.
Claro que o conceito Disney do momento não vive dos eternos, mas dos efémeros automóveis do Cars, das ratazanas do Ratatuie, dos Piratas das Caraíbas, e das princesas, muitas princesas com centenas de acessórios. A magia ao alcance de uma voltinha de metro, autocarro ou carro perde algum encanto, mas é o sinal dos tempos.
Pergunto-me se no dia em que abrirem as primeiras lojas Boots (nas Amoreiras) e Gap (na Av da Liberdade ) ou o primeiro Starbucks e a Muji (espero que no Chiado, que foi talhado para ambos) ficarei assim, com este misto de comoção e desilusão.
E se, de repente, só nos faltasse um Guggenheim às portas de Chelas, perto da Belavista, para acreditarmos que vivemos no paraíso... Que mais poderíamos desejar? Manolo Blahnik na Praça de Londres?
Depois da Fnac e do Ikea eu já não peço muito, apenas o Starbucks e a Muji, mas qualquer dia eles chegam e trazem, à semelhança do que acontece na Europa "evoluída, cosmopolita e consumista", uma câmara de vídeo em cada esquina para verificar o conteúdo do latte machiatto, ou a cor das recargas das canetas que levamos no saquinho de papel pardo!