Dois Dias, Dois Filmes, Muitos Adjectivos
De vez em quando, há um buraco negro na física quântica da gestão do agregado que me permite entrar num portal em que posso sair à noite, sem me transformar em abóbora. Fui ao cinema! Na 6a e no sábado!
Na sexta fui ver o insípido Jogos de Infidelidade - não me ocorrem mais adjectivos para descrever algo banal.
No Sábado à noite fui ver o Inland Empire, ao único sítio onde ainda estava em exibição. O que dizer? Fui ver um Lynch, devia chegar... Mas não, tenho de encontrar mais adjectivos para a experiência de 180 minutos sentada a ver os sonhos e os pesadelos recorrentes do Lynch.
Arrebatador será um bom adjectivo! Arrebatador e nauseante! Os símbolos, ou fantasmas, estão lá todos - da cortina de veludo encarnada, às pernas de pau, às figuras perdidas que prostituem a vida, ao filme dentro do filme, à vida dentro da vida, como matrioskas (neste caso, romenas). Só que desta vez não gostei (eufemismo para detestei, odiei, abominei). Não pelo "contempt" a que Lynch vota o espectador - também ele personagem ignorada e ridicularizada ao longo da viagem alucinante - mas pela banalidade inconsequente em que o exercício da imagem se transforma. Nem a Laura Dern (co-produtora) salva com a sua majestosa e irrepreensível interpretação de Alice no País das Misérias; nem o Jeremy Irons com o seu papel secundário chega para justificar este objecto abjecto! Na sala estavam nove pessoas, quatro desistiram! Não deixa de ser uma experiência arrebatadora, pois podemos ficar empolgados ante o asco que uma experiência destas nos oferece.
Na sexta fui ver o insípido Jogos de Infidelidade - não me ocorrem mais adjectivos para descrever algo banal.
No Sábado à noite fui ver o Inland Empire, ao único sítio onde ainda estava em exibição. O que dizer? Fui ver um Lynch, devia chegar... Mas não, tenho de encontrar mais adjectivos para a experiência de 180 minutos sentada a ver os sonhos e os pesadelos recorrentes do Lynch.
Arrebatador será um bom adjectivo! Arrebatador e nauseante! Os símbolos, ou fantasmas, estão lá todos - da cortina de veludo encarnada, às pernas de pau, às figuras perdidas que prostituem a vida, ao filme dentro do filme, à vida dentro da vida, como matrioskas (neste caso, romenas). Só que desta vez não gostei (eufemismo para detestei, odiei, abominei). Não pelo "contempt" a que Lynch vota o espectador - também ele personagem ignorada e ridicularizada ao longo da viagem alucinante - mas pela banalidade inconsequente em que o exercício da imagem se transforma. Nem a Laura Dern (co-produtora) salva com a sua majestosa e irrepreensível interpretação de Alice no País das Misérias; nem o Jeremy Irons com o seu papel secundário chega para justificar este objecto abjecto! Na sala estavam nove pessoas, quatro desistiram! Não deixa de ser uma experiência arrebatadora, pois podemos ficar empolgados ante o asco que uma experiência destas nos oferece.
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