Almoços e Jantares a sós
Já repararam como as pessoas que estão sós nos restaurantes parecem sempre imensamente ocupadas? Ou é o jornal, ou o livro, ou a revista, ou o Q-tec... Artefactos que trazem colado o subtexto: Eu estou ecupadíssimo(a) . Parece que temos de nos entreter para não convivermos connosco sem acessórios, nem adereços... Quando temos companhia é uma festa, conversa, gargalhada, tópicos inesgotáveis, vontade de nos atropelarmos uns aos outros. O silêncio incomoda pois desperta a consciência para o olhar dos anónimos sobre nós e, inconscientemente, faz-nos reflectir nas nossas imperfeições. Não nos devíamos incomodar tanto com a nossa presença face aos outros. Sabem que mais? Vou almoçar sozinha e vou olhar para toda a gente. Os outros estão demasiado ocupados consigo e com as suas palavras para repararem no meu silêncio e eu adoro observar as vidas anónimas. É como ir ao teatro, sem pagar bilhete, e posso fazer zapping à vontade do olhar e do que os ouvidos alcançam.
2 comentários:
Eu por acaso é ao contrário, quando almoço sozinho rio e falo alto com o livro, com o jornal ou até com o saleiro. Já percebi que assim muitas vezes nem me obrigam a pagar a refeição.
Já quando vou acompanhado, não perco tempo a socializar, porque para isso já lá estão os outros e assim posso concentrar-me em enfardar.
Ps - Invisible monsters já foram. Para voltar à realidade, refugiei-me num Stephen King e num "Cell" que me está a parecer um Apocalipse interessante a la Romero
Caro Mak tods a gente sabe que o McDonalds não tem saleiro, por isso não mintas...
O Choke está encravado , pois o tempo não tem sido muito. Desde que o futebol acabou há mais coisas interessantes para ver. Não li o Cell, nem sou grande fã do Stephen King, embora lhe reconheça a total mestria no género.
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