2 de março de 2007

Eufemismos e Status Quo

Nas classes médias altas, que não têm muito dinheiro, mas têm (como certas casas à Lapa) imenso Cachet, há certas maleitas (dramas, enfermidades, doenças, condições, hábitos) que adquirem um "je ne sais quoi" de glamour, por força o eufemismo e da terminologia. Aqui vão alguns exemplos em dois pequenos parágrafos ficcionados:
Caetana era uma menina feliz; quem falava com ela jamais poderia imaginar o pesadelo que carregava desde tenra idade: O marido da mãe tinha abusado sexualmente dela, a mãe, fruto da profunda depressão em que se encontrava, tinha desenvolvido um problema com a bebida e Lourenço, o irmão, ainda não tinha saído do penico para a retrete e já tinha um sério problema de pediculose!
Soraia era uma miúda feliz; quem falava com ela jamais poderia imaginar o mal que vivia desde pequena: O padrasto tinha-a violado , a mãe, depois de a ter abandonado duas vezes, estava sempre bêbeda e Fábio, o irmão, ainda não tinha saído do bacio para a sanita e já tinha o cabelo cheio de piolhos!

4 comentários:

Tartaruga disse...

Olha Cuga: sabes que mais? Beijinho bom!!!

Sérgio Mak disse...

Quem diria que a Soraia iria recuperar de tão traumática infância para mais tarde brilhar a dar-lhe forte e feio no Padre Amaro...

Carla Ferreira de Castro disse...

Isso, caro Mak, é outra história...

Zaphod disse...

Encontrei-te!
Claro que tive ajuda da minha grávida gemelar... ou da minha maria, que está prenha d'gémeos, deseufemisando [verbo com (c)Zaphod].

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