22 de abril de 2008

¿Por qué no te callas?

...o que me apeteceu perguntar ao Nick Cave ontem, ao fim de dois encores, num total de 9/10 músicas (já não sei).
Quase duas horas e meia de concerto, com um som apurado e o Nick Cave sempre com uma voz poderosa, intercalando os Obrigado e Muito Obrigado, com insultos ao público, empregando todas as combinações possíveis de fuck e seus derivados (pretérito perfeito; gerúndio, presente, condicional....) antes de cantar mais uma baladinha do género Oh Lord Jesus....
Para quem vinha de um Estoril Open cheio de afectação (tá ver o Manel... olhe, ali querida, tá a ver?) entrar na caverna dos Cavettes foi uma experiência esquizóide. Sim, ainda há Cavettes e alguns deles não têm mais que 18 anos. O bom deste concerto foi ficar com algumas certezas inabaláveis:
Tenho mais amigos que gostam de Nick Cave do que de ténis ( a dada altura, achei mesmo que tinha voltado aos anos oitenta, às famosas festas do liceu);
É mais fácil arranjar bilhetes para música do que para desporto;
O Nick Cave pinta o cabelo e tira os pêlos do peito;
A droga não afecta as cordas vocais e faz emagrecer.

7 comentários:

Anónimo disse...

Foi uma droga de concerto?

E porque insultou o público? Ou estava a fazer género?

Sérgio Mak disse...

O concerto não foi claramente uma droga, até porque no meu modesto entender faz uma separação entre profissionais (aqueles que tocam o que é suposto e mais nada) e os performers (aqueles que tocam o que é suposto e depois logo se vê o resto).

Se um indivíduo, num cocktail de drogas e sabe-se lá o quê chega aos 50 anos naquela forma (considerarei o bigode pós-moderno e o cabelo pintado apontamentos artísticos), então vou já à farmácia comprar produtos legais e ao drug-point mais próximo da minha localização tratar das ilegais.

Ó cuga, antecipaste-te na temática para hoje, agora vou ter que fazer bordados...

Carla Ferreira de Castro disse...

SFF: O concerto foi muito bom. Eu estava era amuada por não ter camarote e irritada com um "jovem" quarentão que não parava de dançar como louco possuído.
@Mak: Só consegui ver tantos detalhes do Cave, pois a dado momento percebi que estava farta de não ver nada e subi aos galinheiros onde o controlo anti- tabaco e anti-drogas era muito maior, por haver facilidade de circulação. Mesmo assim foi com algum divertimento que assisti a troca de pastilhas com a facilidade de quem come um chiclete! Gostei do detalhe de marketing de se venderem cuecas do Nick Cave!!!
@ Kinder: hás-de cá vir, hás-de!

Kinder disse...

Aqui estou eu, ainda a sucumbir aos avanços do patronato que fez terraplanagem a todos os meus direitos laborais. Mas pronto, perdi o concerto do lar de idosos do Coliseu mas parece que ele para o ano vem dar mais um concerto, desta vez acompanhado com paramédicos.

Anónimo disse...

Mas vocês os 3 moram juntos ou quê?

Carla Ferreira de Castro disse...

@SFF: Eu não, vivo com o Pots. O Kinder e o Mak não sei. Às vezes até acho que são a mesma pessoa.

Sérgio Mak disse...

Epá, insultos desses dão direito a processo (pouco) legal.