11 de janeiro de 2008

Contraditório

Tenho reparado que vários blogues têm feito eco sobre um texto do Nuno Markl acerca da minha geração (a malta entre os trinta e os quarenta). Depois de ter lido e rido com memórias que fazem parte do meu repositório apetece-me apresentar apenas umas reflexões pois, sinceramente, a única coisa de especial que a nossa geração teve (tem) é o facto de nos pertencer!
Sinto que passámos para o outro lado da Generation Gap: antes não compreendíamos os progenitores, agora somos incompreendidos pela progenitura e pelos menores de vinte anos.
A nova geração também tem um espólio de emoções com desenhos animados japoneses, viagens, filmes, peças de teatro, cadeiras para os carros, ambientes mais protegidos mas, por isso mesmo, mais seguros. A nova geração tem pais que leram bibliografia e que não se limitam a fazer o seu melhor por puro instinto... A nova geração brinca menos na rua sem supervisão, inventa menos brinquedos, mas ainda sabe dar largas à imaginação, sem ter de usar obrigatoriamente os dedos polegares. E a verdade é que, em termos estatísticos, a taxa de mortalidade infantil por acidentes domésticos, rodoviários e negligência é, comparativamente, menor.
A geração de finais de 60 e dos 70 está a envelhecer e transformou as rugas em bandeiras de vida e memórias, tal como os nossos pais o fizeram antes de nós: Os meus pais achavam que a minha geração via desenhos animados a mais, porque a deles não sabia o que era uma televisão! Hoje o nosso argumento é o mesmo em relação à Nintendo, à PSP, ou PS3...
Admitamos sem complexos: Estamos a ficar velhos e por isso é que o reviver dos anos 80 está em alta! Mas não faz mal, ainda temos uns bons dez/vinte anos de glória, mas depois já não haverá generation gap que nos salve! É a vez desta geração, agora incompreendida, entronizar as suas recordações.

7 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Que post apocalíptico! Fala por ti amiga Cuga, pois eu cá tou nos "intas" mas sinto-me como se tivesse nos "intes"...

(tirando o facto de dormir menos, não ter paciência para sair à noite, emagrecer com mais dificuldade, dores de costas e outras maleitas)

Carla Ferreira de Castro disse...

I hear you sff. All the above, mais o famigerado: "como é que se chama aquele filme que vimos ontem? Aquele que já nem me lembro da história?" Só as dores nas costas não são novas já que me perseguem desde os intes...

Yvette Centeno disse...

Não compres, querida, tenho para oferecer.
Bom Ano, com muita inspiração e o abraço de sempre

Kinder disse...

Cabada de velhos..... Porra, acabei de partir o teclado com a minha placa.

M e M disse...

Só para esclarecer que o texto não é do Nuno. Circula como sendo sua a autoria mas é um "diz-que-disse", nada mais.Ele nem acha lá muita graça ao dito textito.

Carla Ferreira de Castro disse...

Querida M obrigada pela inside info. De facto tinha o dito texto como sendo do Markl e encontrei-o citado em pelo menos 4 blogues diferentes. A fama tem destas coisas...