20 de julho de 2007

Naifas, Polícias e Hospitais

O título promete, mas não esperem muito...
Ontem esfaqueei-me, automutilei-me, pronto, digamos que me cortei com uma faca!
Nestas coisas da vida de maior com dependentes a cargo, há que esperar por baby-sitting até para ir ao hospital! Passados 50 minutos consegui ir ao Centro de saúde que já estava fechado. Próxima etapa, Hospital. Depois dos preâmbulos normais da triagem lá fui para a pequena cirurgia (pequeníssima pois foram só dois pontinhos). O problema foi o polícia que não me deixava em paz, se calhar por causa da toalha cheia de sangue e por não ter acompanhante (coisa que pelos vistos é muito estranha, por estes lados) e teimava em perguntar se era eu a vítima de violência doméstica! Da primeira vez ainda pensei, "sim sou, é uma violência doméstica estar calmamente a fazer o jantar e enfiar uma faca na mão!" A seguir veio outro agente, perguntando se era eu a vítima da agressão! Expliquei que era apenas vítima da auto-agressão. Acho que ficaram desconfiados...
Já perto de sair da pequena cirurgia entra um homem com o braço cortado do ombro ao pulso (osso à vista!) a quem esperava por certo uma grande cirurgia plástica de reconstituição. O polícia deixa-me e vai interrogá-lo. A história: "Tinha sido assaltado e a fugir rasgara o braço numa vedação!" O polícia nem pestanejou e engoliu a história toda. Eu pensava que os assaltantes é que fugiam depois do gamanço! Afinal ficam quietinhos à espera que os assaltados se retirem! Comentário do médico interno: "Você anda mesmo em maré de azar, ainda a semana passada foi assaltado e esfaqueado nas costas!"
Moral da história:
Para os agentes uma mulher que se corta e vai sozinha para o hospital é uma potencial vítima, um homem que é assaltado duas vezes em duas semanas e aparece no banco de urgências porque se "magoou" na fuga é perfeitamente normal! Da próxima vez que me cortar levo uma história melhor engendrada e um acompanhante para não levantar suspeitas!

2 comentários:

Kinder disse...

Precisas é de um consultor para criar histórias mais criativas e impactantes, com efeitos especiais, drama e um final surpreendente. Talvez consigas até um patrocínio de uma marca (ex: medicamentos genéricos) e fazer disto um negócio. Pensa nisto antes de te cortares um braço.

Sérgio Mak disse...

Pelos vistos, a Cuga não leva pontos sem nós...


Além disso, não é à toa que surreal rima com hospital...