6 de fevereiro de 2007

On The Air

A rádio tem a particularidade de ser impiedosa: Uma voz sem imagem tem de valer por si e isso é difícil. Ouço a publicidade para rádio como uma espécie de "stand-up-voice" sem rede, sem a miúda gira, o homem misterioso, a criança queridinha, o cão fofinho... Vem isto tudo a propósito dos tempos de antena que em rádio se esforçam pela concentração no débito de palavras e são, talvez por isso, absolutamente entediantes e repetitivos. Falta-me o bigode farfalhudo do Senhor X, o tailleur roxo da Sra. Y e o lenço da festa do Avante de 1986 ao pescoço da trintona "freak" para me fazer esquecer de que as palavras são as mesmas, com melhor ou pior dicção.
Sou mais fã da rádio do que da televisão, pelo desafio à imaginação que as vozes no éter nos oferecem, mas quando toca a tempos de antena preciso de imagens para poder desenvolver o meu exercíco lúdico em paz! Sim, porque ninguém vota por causa do que ouviu nos tempos de antena, pois não?

4 comentários:

Sérgio Mak disse...

Consoante os locutores e/ou os programas, a rádio também pode funcionar melhor que qualquer comprimido para dormir.

Oiça-se, para o efeito, "A Idade da Inocência" na TSF à noite. Inocentes são eles, se pensam que alguém aguenta a ouvir aquela modorra até ao fim...

Ouriço disse...

Bem...E há dus vozes femininas na RFM que me tiram completamente do sério de tão enervantes que são.

Kinder disse...

Eu só queria saber de que lado estás no Aborto. Ou isso é para manter em silêncio?

Carla Ferreira de Castro disse...
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